sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nossa Senhora dos Navegantes



A festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, no Forte da Barra,  Gafanha da Nazaré, continua a ter apreciadores e devotos. A Senhora dos Navegantes, como tenho sentido entre o povo desta terra e arredores, sobretudo os ligados direta ou indiretamente ao mar e à ria,  fixou residência no coração de muita gente. Não admira, portanto, que muitos  gostem de participar nos festejos, em especial na procissão pela Ria de Aveiro, com passagem por S. Jacinto.  Também a eucaristia, o festival de folclore, a música e o convívio são, sem dúvida, momentos altos das homenagens do povo à protetora dos mareantes e suas famílias. 
Aqui deixo, como subsídio para a história da festa em honra da Senhora dos Navegantes, uns breves apontamentos, não só para avivar memórias, mas ainda para despertar o interesse pelo estudo do tema.


1 – Devoções Marianas 

É conhecida, de há muito, a devoção que as gentes das Gafanhas têm por Nossa Senhora, à semelhança do que acontece um pouco por todo o País. A figura da Mãe, tanto no plano natural como divino, levou os crentes a aceitarem a Virgem Maria como símbolo da ternura, da disponibilidade, da proteção e do amor. Nessa linha, Maria nunca deixou de inspirar devoção a quem olha para Ela, sobretudo em momentos de aflição ou dificuldades. A Mãe de Deus, e nossa Mãe também, está permanentemente aberta ao povo sofredor. Nossa Senhora da Nazaré, da Encarnação, do Carmo, dos Aflitos, da Boa Hora, da Boa Viagem, da Saúde, dos Campos e, ainda, dos Navegantes. A mesma Nossa Senhora para cada situação.
Não é de estranhar, pois, que a Senhora dos Navegantes tenha surgido em espaço e tempo de frágeis técnicas de marear, com perigos constantes, tanto à boca da barra como no mar alto. Embora não se saiba de onde partiu a ideia de venerar no Forte da Barra a Senhora dos Navegantes, é de presumir que a proposta, com toda a naturalidade, tenha nascido no coração de quem vive sentindo as riquezas do oceano, mas também a sua bravura.

2 – Capela de Nossa Senhora dos Navegantes 

A capelinha de Nossa Senhora dos Navegantes é, sem dúvida, o mais antigo templo católico das paróquias da península da Gafanha. Sobre ela, diz o Padre João Vieira Rezende, na sua Monografia da Gafanha: «No Forte, freguesia da Gafanha da Nazaré, começou a ser construída em 3 de Dezembro de 1863 a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direção do exímio engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa. Custou 400$000 réis. Na parede está fixada uma lápide que diz: “Património do Estado”.
Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco em ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de Setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes.
A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada sul que vem do farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.» Tanto quanto se sabe, o templo mantém com rigor a traça original, apesar das obras de restauro e conservação por que tem passado. Pequenina, a capela ali está inserida, e bem, no complexo portuário que entretanto foi nascendo e se desenvolveu, dando, presentemente, sinais de que vai crescer ainda mais.
A Senhora dos Navegantes, que os nossos pescadores e mareantes tanto veneraram nos tempos dos nossos avós, não deixará, contudo, com a sua ternura de Mãe, de velar por quantos sulcam as águas do mar, não já na Faina Maior, que o bacalhau que comemos já é mais importado do que pescado pelos portugueses, mas sobretudo nos transportes marítimos e na pesca costeira.
Do texto do Padre Rezende, registamos, como ponto de partida para uma análise mais profunda, o pormenor, significativo, da construção da capela ter sido iniciativa dos Pilotos da Barra e a expensas suas, não se sabendo se houve, ou não, qualquer pedido ou sugestão das populações, entidades eclesiásticas, políticas ou autárquicas.
Seria curioso saber se o piloto-mor, o tal senhor Sousa, era pessoa da nossa região e ligada à Igreja. Por outro lado, seria bom descobrir-se como apareceu aqui a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, como se escolheu a imagem e quem deu a ideia para a expressão do rosto. Teria sido tudo trabalho do piloto-mor?
O facto de as paredes do templo serem ameadas prende-se, compreensivelmente, à existência do Forte Novo ou Castelo da Gafanha, numa certa homenagem à defesa da zona das investidas por via marítima dos inimigos da Pátria. 

3 – A festa da Senhora dos Navegantes 

Tanto quanto nos diz a memória, a Festa da Senhora dos Navegantes, da nossa meninice, tinha a marcá-la, como pormenor mais típico, a procissão até ao mar, para além do que era habitual em festas com um misto de religioso e profano. Acontecia na última segunda-feira de Setembro, pois no domingo anterior havia a festa da Senhora da Saúde, na Costa Nova.
A festa do Forte atraía mais os povos de Aveiro e Gafanha da Nazaré e a da Senhora da Saúde era mais ao gosto das pessoas de Ílhavo e Gafanha da Encarnação. A uma e a outra associavam-se os veraneantes a banhos nas praias da Barra e Costa Nova, respetivamente.
No dia da festa, de manhã, tinha lugar uma procissão da igreja matriz da Gafanha da Nazaré para o Forte, sendo transportada em andor a imagem antiga de Nossa Senhora da Nazaré, com os membros da Irmandade a prestarem-Lhe as devidas honras, com as suas opas brancas, murças azuis e bastão (pau a imitar uma vela de cera).
Anos depois, chegaram a levar o andor com a imagem numa carrinha de caixa aberta, numa clara violação das tradições. A procissão até ao mar começava obviamente na capela e seguia pelo molhe que dá acesso à Meia-Laranja. Presidia o prior da Gafanha da Nazaré, incorporavam-se as irmandades e os “anjinhos”, e o povo acompanhava atrás. Não faltava a música, os foguetes ouviam-se ao longe e o colorido das opas e murças emprestava dignidade ao acto.
Na Meia-Laranja havia a bênção do mar e de quantos dele viviam ou nas praias apanhavam banhos de sol, voltando a procissão agora pela rua que ligava a Barra ao Forte, atravessando pela segunda vez a ponte de madeira, que só os mais velhos podem recordar. Na Meia-Laranja, os veraneantes associavam-se com devoção à bênção do mar e dos fiéis, recordando, talvez, os que foram tragados pelas águas revoltas do mar embravecido.
Os povos ribeirinhos sempre tiveram muito respeito pelo mar, ou não fosse ele o amigo que dá sustento ou o inimigo que destrói vidas indefesas. Por isso, a adesão das pessoas da beira-mar aos festejos em honra de Nossa Senhora dos Navegantes era grande. A festa teve, durante muitos anos, como organizadores, a Administração e os trabalhadores da Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro, depois Junta Autónoma do Porto de Aveiro, antecessoras, de certo modo, da atual APA (Administração do Porto de Aveiro).
Alguns trabalhadores, uns domingos antes dos festejos, percorriam as Gafanhas, Aveiro e Ílhavo, de saco ao ombro e de saca na mão, recolhendo donativos para as muitas despesas. 

4 – A procissão pela Ria 



A procissão pela Ria de Aveiro foi uma criação do Padre Miguel Lencastre, pároco da Gafanha da Nazaré entre 1973 e 1982. Antes de pároco foi coadjutor do Padre Domingos Rebelo, cerca de dois anos. Desde que chegou à Gafanha, nunca deixou de se mostrar um enamorado pela Ria, como diversas vezes nos sublinhou. Quando se sentia cansado das tarefas paroquiais ou necessitasse de meditar sobre novos desafios, gostava de refletir olhando a laguna, esperando dela inspiração motivadora. Por isso, logo se relacionou com homens do mar, assumindo as dificuldades e os êxitos de todos como seus.
Numa viagem ao Brasil, em tempo sabático, apreciou, em Porto Alegre, uma procissão marítima, em honra da Senhora dos Navegantes, padroeira da cidade, que acontece em 2 de Fevereiro. Ao contemplar tão belo espetáculo e tanta devoção, os seus pensamentos voaram até ao Forte da Barra com sua Senhora dos Navegantes, lembrou-nos há tempos.
O Padre Miguel Lencastre andava, desde o 25 de Abril de 1974, com a preocupação de dinamizar o Stella Maris. Ocorreu-lhe, então, a ideia de ligar este clube, vocacionado para o apoio aos homens do mar e suas famílias, à Senhora dos Navegantes e à Ria, património natural que muito admirava e que precisava de ser valorizado. Uma grande festa seria projeto interessante.
A procissão, com todo o colorido e alegria, seria ouro sobre azul. E assim foi. A primeira procissão, segundo relata o jornal "Timoneiro", realizou-se no dia 19 de setembro de 1976, fazendo adivinhar que seria um sucesso no futuro.
 Bem relacionado com oficiais da Base de São Jacinto, com o Capitão do Porto de Aveiro e com homens do mar, não lhe foi difícil concretizar o sonho que acalentava. Os barcos não faltaram, um helicóptero deu uma preciosa ajuda, os proprietários das embarcações aderiram, as irmandades aceitaram o desafio, o povo marcou presença com entusiasmo, a comunidade paroquial aplaudiu.
A festa, entretanto, esmoreceu e a procissão caiu no esquecimento. Mais tarde, depois da Expo’98, levado pelas experiências e vivências doutras terras ligadas ao mar, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, de colaboração com a paróquia e com o Stella Maris, retomou a tradição criada pelo Padre Miguel Lencastre, precisamente naquele ano. 

5 – Tradição a manter-se 

Sou dos que pensam e defendem que as boas tradições devem ser mantidas e cultivadas, no sentido de que, tudo quanto faz parte da nossa identidade, precisa de estar na base do futuro. Futuro sem raízes na história pode estar condenado a ser absorvido por hábitos que nada nos dizem. Daí a importância de continuarmos a apostar nas festas religiosas, de tradição popular, embora imbuídas de projetos mais ambiciosos, isto é, que possam enriquecer as pessoas, levando-as a viver a fraternidade e o espírito do bem e do belo mais aberto aos outros.
Antigamente, a Festa da Senhora dos Navegantes unia as pessoas da região, de tal forma que Aveiro e Gafanhas suspendiam os trabalhos para se juntarem em torno da sua capelinha. Participavam na missa, incorporavam-se na procissão, pagavam as suas promessas, conviviam umas com as outras, saboreavam as merendas no Jardim Oudinot, ouviam música, cantavam e dançavam. E ainda consta que, na festa, muitos jovens se conheceram, muitos namoricos se iniciaram e alguns casamentos se combinaram. Tudo à sombra de Nossa Senhora dos Navegantes. 

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, setembro de 2008 

Fernando Martins

sábado, 8 de setembro de 2012

A última entrevista do cardeal Martini

Muito se tem falado do recentemente falecido cardeal Martini, que foi arcebispo de Milão. Os elogios não faltam sobre o seu amor a Jesus Cristo, à Igreja Católica e à comunidade humana em geral. Depois da morte de João Paulo II, muito se falou que seria o cardeal ideal para assumir a cadeira de Pedro nos tempos de hoje e para liderar uma reforma da Igreja, no sentido de a tornar mais adaptada ao mundo em que vivemos. Porém, tal não aconteceu. Mas as suas ideias, desafios e propostas ficaram entre nós, à espera de coragem para serem implementados. Vai ser difícil? Creio que sim. Contudo, pode ser que o Espírito Santo dê uma ajuda. Oxalá.






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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

"A fome não é um dever constitucional”, diz Adriano Moreira





“Estou preocupado” com a situação do país e “a fome não é um dever constitucional”, afirma o antigo governante, que critica a actual carga fiscal paga pelos portugueses.


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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Freitas do Amaral defende tributação pesada para quem ganha mais

«Em nome da “justiça fiscal”, Freitas do Amaral sugere uma “tributação especialmente pesada” para quem ganha mais de dez mil euros por mês. “Todos têm de contribuir para pagar a crise, não podem ser só as pessoas da classe média”, considera o antigo governante.

“Eu acho que o Governo não tem feito esforço suficiente para que haja uma repartição equitativa dos sacrifícios por todos os portugueses. Há uma classe média numerosa que está a ser muito sacrificada, há algumas pessoas que vivem em condição de pobreza que também estão a ser sacrificadas, ou menos apoiadas, e há depois um grupo de privilegiados”, afirmou na noite desta quarta-feira o fundador e antigo líder do CDS, em entrevista à RTP.
Questionado sobre quem faz parte desse “grupo de privilegiados”, Diogo Freitas do Amaral explicou: “Em minha opinião são as pessoas que ganham mais de dez mil euros por mês. Eu acho que devia haver da parte do Governo uma tributação especialmente pesada sobre essas pessoas.”
Para defender “um pacote que tivesse por objectivo justiça fiscal”, o professor de Direito recorreu à Constituição da República Portuguesa. “Era preciso que o imposto sobre o património, que aliás está previsto na Constituição, o imposto sobre produtos e consumos de luxo, que está previsto na Constituição, e outros impostos sobre actos e contratos que entretanto se desenvolveram e permitem ganhar fortunas, como transacções financeiras, operações urbanísticas, etc., tudo isso devia ser objecto de um pacote que tivesse por objectivo justiça fiscal”, disse.
“Todos têm de contribuir para pagar a crise, não podem ser só as pessoas da classe média”, referiu ainda Freitas do Amaral, na mesma entrevista à televisão pública.»





Li no PÚBLICO 


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Figueira da Foz nos anos 30 do século passado


Quem hoje frequenta a Figueira da Foz talvez nem um minuto seja capaz de perder para descobrir como era a vida nas primeiras décadas do século passado.
Sabe-se, contudo, que era uma estância balnear onde se concentrava a alta sociedade daqueles tempos. A sua fama chegava longe e nem faltavam campanhas promocionais para atrair veraneantes, sobretudo da nossa vizinha Espanha.

Veja este filme:



terça-feira, 28 de agosto de 2012

As fúrias do José Labareda

Historias do Porto de Aveiro





"No relato da ocorrência, o fiscal refere que tendo em conta os factos decorridos "numa obra do Estado", deveria ser dado conhecimento da mesma às autoridades. Assim, acompanhou a vítima ao Regedor de São Jacinto que referiu não ter competências para tratar o assunto. De seguida reportou ao Cabo do Mar que também afirmou não ter competência pelo facto de a ocorrência não decorrer dentro de uma embarcação. Por fim acompanhou o agredido a casa do enfermeiro da Escola de Aviação-Naval Gago Coutinho para cuidar dos ferimentos na cabeça e peito.
Cópia autenticada redigida por José Maria da Costa Monteiro, Chefe de Secretaria da JARBA, transcrevendo a comunicação de David Albuquerque, Fiscal da JARBA em São Jacinto, datada de 10 de Novembro de 1939, dando conta da agressão violenta que José Labareda provocou em António de Oliveira, residente em São Jacinto, jornaleiro ao serviço dos empreiteiros da obra de regularização e revestimento de um troço da margem norte do Canal de São Jacinto - São Jacinto, em 14 de Novembro de 1939."

Ver mais aqui

Fonte: Arquivo Histórico do Porto de Aveiro



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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Curiosidades sobre a Praia da Barra



«Há dias, em amena cavaqueira sobre os limites da Gafanha da Nazaré, assunto tão “badalado” ultimamente, surgiu a questão: “Afinal onde começa a (localidade) Barra?”. Ao que se fala, parece que começa em local móvel porque muda conforme convém e… ao povo nada é dito. Muitos se lembrarão que a placa de indicação da Barra se situava (mais ou menos) perto do palheiro de José Estêvão. Entretanto foi encurtando, encurtando e presentemente, segundo pesquisas de gente interessada, começa onde está situado o único Banco da Praia. Ora bem, qualquer dia, quando dermos por ela, a Barra é apenas e só a “entrada estreita de um porto”com um farol… por sinal, o melhor e mais bonito.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

domingo, 5 de agosto de 2012

Festa dos Veleiros no Porto de Aveiro



A festa dos Grandes Veleiros vai terminar amanhã no Porto de Aveiro. Pelas 13 horas, os Veleiros estarão a sair a  barra, continuando a regata, rumo a outros portos.
Hoje, domingo, fui mais um visitante, integrando o número elevado dos apaixonados por estes navios, cujas tripulações souberam, na parada em direção ao Jardim Oudinot, animar a festa, com os seus cânticos, músicas, tambores e muita alegria. De permeio, brincadeiras espontâneas participadas pelos marujos e oficiais, mas ainda por muitos jovens que fizeram o seu batismo de mar a bordo de alguns Veleiros.



O Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, uma sala de visitas do concelho de Ílhavo já com projeção um pouco por toda a parte, estava bastante animado, com as suas tendas de comes e bebes e com música ao vivo. Outras tendas com artesanato e velharias ligadas ao mar, e não só, completavam a oferta da festa, tudo programado e organizado pela Câmara Municipal de Ílhavo.



É pertinente destacar as visitas aos Veleiros, porventura o motivo que mais atraiu os amantes dos navios, com filas que exigiam espera. Contudo, a animação de rua, o concurso musical das tripulações, o nautimodelismo e a canoagem também atraíram muitos olhares, pelo que me garantiram.



Para as gentes da beira-mar e da ria, os navios, sobretudo os veleiros, são sempre razão de festa. Está no ADN de cada um este gosto por tudo quanto diz respeito a barcos, grandes ou pequenos. Há décadas, como bem retenho na memória, a saída dos navios para a pesca do bacalhau, nos mares da Terra Nova e da Gronelândia, chamava à boca da barra muita gente, talvez em jeito de quem se despede dos que vão, sem se saber se há regresso. E meses depois, anunciada a chegada dos navios pela onda curta da rádio, e confirmada pelas empresas proprietárias, não faltava quem acorresse à barra, agora para saudar quem regressava. Amanhã, pelas 13 horas, lá estarei para desejar boa viagem aos Veleiros que nos visitaram este fim de semana.

Fernando Martins




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Diocese de Aveiro aposta na Cultura







Os 75 anos da restauração da diocese de Aveiro, que se assinalam em 2013, vão ser marcados por diversas atividades culturais, como uma exposição, debates, concertos, uma encenação, um ciclo de cinema e um congresso.

De 20 de janeiro a 7 de abril de 2013 realiza-se a exposição “Diocese de Aveiro – Presente e Memória”, que vai envolver artistas plásticos e poetas, refere o programa enviado ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

A iniciativa, que tem lugar no Museu de Aveiro, vai apresentar a história da diocese, peças de arte sacra e o espaço “Diocese em números”.

A organização pretende convidar alguns artistas a participar através da criação de uma obra inspirada no tema “O transcendente presente”. As peças vão ser expostas numa secção temporária.

«Com esta manifestação cultural vamos mostrar uma Igreja viva e ativa com objetivos claros e criativos, assumindo as bem-aventuranças como caminho e transformação de vida, e manifestando a alegria de ser cristão», sublinha o texto de enquadramento da exposição.

«Acreditamos que é através da cultura que as pessoas evoluem, criam conhecimentos, desenvolvem sensibilidades e afetos, alargam horizontes e assim criam bases mais fortes que lhes permitirão sair deste desânimo que o momento de crise atual provoca, com uma nova atitude de esperança», realça a nota.

Para 1 de fevereiro está marcada uma sessão de poesia e música nos claustros do museu, que ocupou o Convento de Jesus, e no primeiro dia de março realiza-se um encontro com a presença de artistas, que falarão do seu processo criativo.

O caderno de encargos prevê uma visita guiada no dia de inauguração e a elaboração de um guia para oferecer aos visitantes.

A organização da “Missão Jubilar” da diocese explica que a «agenda cultural e festiva» não pretende «ser só espetáculo», mas também ouvir o que a sociedade espera da Igreja.

«As sessões/debate, os concertos, a encenação e o congresso acontecerão nos diversos arciprestados da diocese, permitindo que todos tenham algum destes momentos no decurso da Missão», aponta o documento. «Estas ações não se fecham ao arciprestado que as recebe mas são sempre para toda a diocese», observa.

A primeira atividade decorre a 30 de novembro de 2012 com um debate sobre ação social, no arciprestado de Vagos, seguindo-se, a 29 de dezembro, o concerto de Natal no arciprestado de Murtosa.

“Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso” é o tema da sessão de 25 de janeiro, no arciprestado de Estarreja. No dia 16 de março sobe ao palco a encenação “A Paixão de Cristo” (Ílhavo) e a 6 de abril realiza-se o concerto de Páscoa (Albergaria-a-Velha).

A 26 de abril o arciprestado de Águeda recebe o debate “Economia e mundo operário” e a 18 de maio ouvir-se-á o “Concerto Vida” e um ciclo de cinema alusivo ao tema, ambos em Sever do Vouga.

O concerto comemorativo da publicação da bula “Omnium Ecclesiarum”, que restaurou a diocese de Aveiro, decorre na catedral a 24 de agosto, 75 anos depois de o documento ter sido assinado pelo papa Pio XI.

No dia 28 de setembro ouve-se o “Concerto de Outono” no arciprestado de Oliveira do Bairro e a 25 de outubro realiza-se o debate “Família, casamento e sexualidade” (Anadia).

O congresso diocesano está agendado para 9 e 10 de dezembro em Aveiro e no dia 11, último dia das comemorações, ocorre o concerto evocativo da execução da bula da restauração, 75 anos após a sua publicação.

A diocese, uma das únicas em Portugal com setor da Pastoral da Cultura formalmente instituído, quer que a Missão Jubilar, com abertura solene a 21 de outubro, chegue ao mundo cultural, associativo, político, económico, da saúde, educação, forças de segurança, prisões e outros».

A diocese de Aveiro foi criada pelo papa Clemente XIV a 12 de abril de 1774, a pedido do rei D. José I, tendo sido extinta por Leão XIII a 30 de setembro de 1881. Foi restaurada a 24 de agosto de 1938 e a sentença executória ocorreu em 11 de dezembro de 1938.



Rui Jorge Martins

Li no SNPC





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Meninas na Praia da Barra

Foto de meninas na Praia da Barra em 1958. Não imagino a estação do ano. Talvez nos  princípios  do Verão. Estariam  de passagem? Sei que er...