Na madrugada clara, soalheira e fria destas latitudes, escutou-se uma voz longínqua, distante, muito distante mesmo, que apenas se percebia, mas que para alguns raros navios de atenção à rádio, a essa hora, soou como um brado de esperança e uma alvorada de aleluia.
Essa voz distante, confusa, falava português, chamava os lugres bacalhoeiros portugueses, designava mesmo os navios: Groenlândia, Maria Preciosa, Maria da Glória.
….
Formularam-se hipóteses:
− Pode ser
um dos dois novos arrastões, o João Corte
Real ou o Álvaro Martins Homem, que segundo as comunicações da Emissora captadas cá tão longe tinham largado para a
primeira viagem, num pronúncio de bom augúrio! − comentava Manuel Viana,
com João Fernandes Matias, respectivamente piloto e capitão do lugre Groenlân dia.
−
Mas a não ser um dos arrastões, só… se fosse o transporte Gil Eanes…− afirmava
a poucas milhas dali o capitão Sílvio Ramalheira com o seu piloto João Nunes
dos Santos do Maria da Glória. … e a hipótese era arredada, no justificado
temor de mais uma desilusão −só se fosse o transporte Gil Eanes.
Esperado ansiosamente por todos, há tantos
dias, contando-se cada hora que passava como um ano, desde que essa hora se
falasse do navio-hospital de tão belas tradições junto da frota… havia o medo
de que desta vez ainda não fosse ele. Era sumamente doloroso somar aos outros
mais este desengano!...
….
Passaram poucas horas.
A voz que suava ao longe tornou-se mais distinta, aproximou-se. Já não restavam
dúvidas. O transporte aproximava-se e navegava em direcção dos lugres. Oh!
Alegria imensa!...
Era
na realidade o navio-hospital Gil Eanes que
se aproximava da frota bacalhoeira,
naquela campanha da pesca do bacalhau de 1941, segundo os referidos excertos em
itálico do livro Os Grandes Trabalhadores
do Mar nas páginas 233, 234 e 235 de Jorge Simões[1].
Na
verdade, o Gil Eanes chegava para dar
uma nova vida aos marinheiros abandonados à sua sorte, em latitudes tão
inóspitas, onde habitavam os frios intensamente frios, os muros de nevoeiros
silenciosos, misteriosos, húmidos. Estas névoas andavam frequentemente de mãos
dadas com a morte, engolindo os
pescadores! Violentas tempestades originavam ondas alterosas que fustigavam o
convés e quase afundavam a embarcação, fazendo ranger e estremecer o seu
cavername.
O
Gil Eanes era desejado, era saudado
alegremente, era mesmo também tratado como se fosse um santo milagroso, que ao
chegar o dia de o seu navio ser por ele visitado, diziam hoje é dia de São Gil Eanes.
Estas manifestações de espontânea e ingénua
alegria eram comuns em todas as campanhas da pesca do bacalhau nos mares da
Terra Nova e Groenlândia.
Mas
nem sempre assim foi porque a assistência que o Gil Eanes prestou à frota bacalhoeira, só começou a concretizar-se,
devido a um requerimento da Associação dos Oficiais da Marinha Mercante de
Ílhavo, datado de 27 de Janeiro de 1922 e dirigido ao Ministro da Marinha.
O
referido documento tinha como objectivo lembrar o governante da difícil e perigosa
pesca a que se expunham os bravos e heróicos marinheiros nos pesqueiros da
Terra Nova e sugerir-lhe as seguintes soluções para facilitar-lhes a vida da
qual talvez o próprio ministro nem fizesse ideia:
─ que naquele ano estavam a
preparar-se para a pesca do bacalhau para cima de 50 barcos à vela, com uma
tripulação aproximada de 3000 marinheiros que iriam contribuir positivamente
para a economia do país.
─ que os referidos homens sempre
procuraram e sempre obtiveram o apoio médico e espiritual do navio-hospital francês Saint
Jeanne d’Arc que todos os anos acompanhava os pescadores seus compatriotas.
─ que estava a tornar-se incómodo
para os franceses o apoio que todos os
anos os nossos marinheiros recebiam do navio-hospital gaulês, uma vez que os armadores portugueses
não actualizavam monetariamente o protocolo assinado com a Société des Ouevres de Mer.
─ que havia em Portugal navios
que com facilidade e pouca despesa podiam transformar-se em embarcações de
apoio.
- que os marinheiros portugueses
também eram bem merecedores de cuidados médicos e espirituais fornecidos pelo
seu próprio país de que tanto necessitavam, perante os constantes perigos a que
estavam expostos.
─ que se qualquer governo gostava
de decretar medidas de carácter social para o bem estar da população, estas
deveriam ser incluídas.
─ que a maioria dos sócios
daquela associação marítima ilhavense ganhavam a vida na pesca do bacalhau nos
bancos da Terra Nova e que veriam com todo o agrado e satisfação que aquelas
medidas fossem decretadas e que muito iriam contribuir para o interesse de
todos.
Para
finalizar, os oficiais repetiram a necessidade e urgência de o ministro
decretar a transformação de um navio do Estado em hospital que pudesse dar
apoio condigno aos marinheiros, já na próxima campanha de 1923.
Assinaram
esta petição os membros da direcção José Ançã, Calisto António Ruivo, Luís
Fernandes Bagão, António Pereira Ramalheira e Francisco Ramalheira.
No
referido ano, o governo aparelhou o cruzador Carvalho Araújo, que embora não reunisse as condições necessárias, cumpriu
a sua missão junto dos marinheiros.
Cruzador Carvalho Araújo |
Comentava-se
na época que o governo teria considerado esta petição como um ultimatum porque
em 1917, os navios não saíram para a Terra Nova, devido a exigências que os
capitães fizeram aos armadores. Temendo então nova paralisação, preparou e enviou o Carvalho Araújo.
Já
em 1922, o médico do Saint Jeanne d’Arc referia que o recrutamento dos marinheiros
portugueses seria feito sem uma prévia inspecção de saúde, uma vez que tratou e
hospitalizou 13, entre os quais 5 estavam tuberculosos, tendo 1 morrido a
bordo. Também viu homens que precisavam de tratamento, mas nem os próprios nem
os capitães consentiram que fosse feito; os primeiros porque era preciso ganhar
a vida a todo o custo e os segundos porque a sua preocupação principal era
encher os porões de bacalhau.
Na
1ª viagem do Carvalho Araújo em 1923,
a prestar assistência aos marinheiros
nos Bancos da Terra Nova, tanto o capitão como o respectivo médico elaboraram
os devidos relatórios; o primeiro dirigiu-o ao Ministro da Marinha e o segundo
à Direcção Geral da Marinha.
O
capitão começou por escrever que não só assistiu 20 navios e deu prioridade à
ajuda aos marinheiros, mas também
à necessidade de modificar o sistema de pesca, aspecto que não será abordado
neste trabalho. Também reconheceu que a primeira viagem do Carvalho Araújo não foi muito eficiente, e que o cruzador não
reuniu as condições necessárias para cumprir aquela difícil missão, mas, mesmo
assim, dera bem para alertar as consciências.
O
oficial do navio de apoio continuou, escrevendo que
…a assistência torna-se absolutamente
indispensável absolutamente precisa. De longe, por mais que se idealize, por mais que se procure imaginar o
que poderá ser a existência do pescador português nos bancos da Terra Nova, nas
circunstâncias e condições em que, até agora, se tem encontrado, nunca será
possível bem ajuizar o que esses infelizes passam e sofrem nessa vida horrorosa
de todos os dias, cheia de trabalhos violentos e extenuantes e de perigos
variadíssimos e quase que permanentes!
Para bem se avaliar
esse viver extraordinário e excepcional é necessário ir de perto, ver e
observar directamente o que ali ocorre, e então sentir-se-á o abandono
criminoso a que tem sido votado esse numeroso grupo de desgraçados que por
necessidade, aventura ou inconsciência, se sujeita a trabalhar durante meses,
entregues a si próprios, em uma região falha de todo o socorro.[2]
Naquele ano de
1923, os nossos marinheiros não tiveram o apoio do Saint Jeanne d’Arc porque não lhes distribuiu a correspondência,
justificando com as razões anteriormente referidas para com a Société des Oeuvres de Mer. Também a
assistência médica mais simples e ligeira não foi aplicada, preferindo os
franceses os casos mais graves de hospitalização para eventualmente apelar a
uma futura remuneração dos serviços.
Foi
indescritível naquele ano, a alegria dos marinheiros ao verem-se apoiados pelo Carvalho Araújo. À sua passagem e de bordo dos seus dóris, saudavam-no
alegremente com os suestes de oleado, batiam palmas e diziam alto frases cheias
de ingenuidade, de sinceridade, mas carregadas de gratidão que só eles podiam
exprimir para exteriorizar o que ia nas suas almas, habituados como estavam ao
abandono, à solidão, ao sofrimento.
O
navio-hospital português transportou correspondência para 68 navios que, na sua
maioria, foi entregue directamente; uma pequena parte ficou com o último lugre que
o navio de apoio visitou, antes da sua viagem de regresso a Portugal.
Depois
deste muito resumido relatório do comandante do Carvalho Araújo, capitão-de-fragata Octávio Matos Moreira, impunha-se
agora conhecer a opinião e trabalho do segundo tenente médico Carlos Augusto
Rodrigues Borges.
O responsável pela saúde dos marinheiros
começou também por pôr em evidência a primeira vez que aqueles bravos homens
tivessem sido lembrados; em segundo lugar, terem sido assistidos, amparados,
acarinhados e animados. O médico viveu uma sensação de alegria e orgulho por
ter socorrido simples compatriotas, a trabalharem em condições tão precárias,
devido à indiferença criminosa dos que tinham o dever de protegê-los.
Em
Virgin Rochs, bancos da Terra Nova, iniciou então o Carvalho Araújo a desejada assistência aos marinheiros, observando-os
e medicando-os, assim como também forneceu-lhes medicamentos.
A
maior parte das doenças que encontrou foram as de estômago, aparelho
respiratório e bastantes panarícios ou unheiros, devido ao contacto com a água
salgada do mar, anzóis e frio intenso. Também um lugre que não quis identificar,
informou-o que tinha dois pescadores tuberculosos, mas o médico não os chegou a
observar porque naquele momento, encontravam-se a pescar. Seria pois necessário
fazer uma inspecção sanitária a todos os marinheiros, mas isso era impossível
porque só à noite se encontravam a bordo e ocupados com a escala e salga do
peixe.
Depois
de informar os seus superiores com um mapa anexo da assistência realizada, o
médico lembrou-lhes ser imperioso que o Governo enviasse todos os anos um navio
para apoiar os 70 barcos e os 3000 homens como naquela campanha de 1923.
Continuou a informar no seu relatório que durante dois meses nem mesmo o Saint Jeanne d’Arc aparecera por aquelas paragens; 2 dias
antes da sua chegada aos bancos, tinha
morrido um pescador com sífilis, e que um outro teria tido a mesma sorte, se o
navio-hospital não se encontrasse por
perto.
O
médico enumerou outras fortes razões para a continuidade daquele apoio,
reforçando a ideia de que o país tinha a trabalhar muito longe e durante 6
meses os marinheiros que bastante contribuíam para enriquecê-lo. Assim, eles
mereciam ser ajudados e não abandonados à sua sorte.
O clínico continuou o relatório, referindo
agora o que pensava da maneira como eram recrutados os marinheiros, sem uma
prévia e rigorosa inspecção médica. Examinou um caso de úlcera de estômago que
obrigou o respectivo doente a não mais trabalhar passados dois dias de sair de
Lisboa. Informaram-no de pescadores tuberculosos, cuja simples presença dentro
de um navio poderia infectar toda a tripulação.
Também
a pouca higiene a bordo, a baixa temperatura daquelas latitudes, a alimentação
deficiente e mal organizada eram propícias ao aumento de doenças, para quem já
tinha embarcado com alguns problemas de saúde. Lembrou a necessidade de haver
uma inspecção antes do embarque para evitar de os marinheiros terem o mar como
sepultura embora compreendesse a inconsciência destes porque tinham de ganhar a
vida.
O médico classificou a farmácia de bordo como
defeituosa, mal organizada e mal fornecida. Terminou, referindo que os navios
deveriam ter livros sobre enfermagem destinados ao capitão ou ao piloto para
poderem prestar os primeiros socorros antes da chegada do navio hospital.
Estas
foram as impressões do capitão e do médico do cruzador Carvalho Araújo, o primeiro navio a apoiar os portugueses, naquela
vida tão perigosa, tão trabalhosa em 1923.
Mas
estes homens iriam ficar uma vez mais abandonados e esquecidos, durante 4 anos.
Quando
começou a 1ª Guerra Mundial, vários navios alemães foram apresados no porto de
Lisboa, entre os quais o Lahneck que
foi o escolhido em 1926 para apoiar a frota bacalhoeira e substituir o Carvalho Araújo. Partiu para a Holanda,
com o fim de melhor adaptar-se, não só à assistência hospitalar, mas também ao
embarque dos mantimentos habituais de todo o género.
Foi
o Lahnech baptizado com o nome do
navegador algarvio Gil Eanes que largou do Tejo em 1927 para a sua humana e
esperada missão de apoio aos marinheiros.
Quando
o Governo decidiu transformar o Lahnech
em barco de apoio, poder-se-ia logicamente pensar que o seu trabalho, a partir
daquela data, seria para continuar; assim não aconteceu porque, no ano
seguinte, o Lahneck / Gil Eanes partiu
para a Guiné e Angola, transportando presos políticos.
Em
1929 e 1930, o navio de apoio fez respectivamente a 2º e 3ª viagens à Terra
Nova. A partir deste último ano, transportou guarnições para Macau, presos
políticos para Timor e fez viagens para a Inglaterra até 1936. Só no ano
seguinte, recomeçou mais regularmente a cumprir a actividade para a qual fora
preparado; conclui-se que no espaço de 10 anos, ou seja de 1927 a 1937, apoiou
os marinheiros somente em 3 campanhas da pesca do bacalhau.
Difícil é pois saber se a verdadeira razão
da existência do Gil Eanes era de ordem comercial ou de assistência aos
pescadores.[3]
A
partir de 1937, a missão do Lahneck/ Gil
Eanes começou então a ser mais frequente, tornando-se ainda mais forte o
elo de ligação entre os marinheiros e as famílias em Portugal; levava-lhes as
cartas e lembranças que mitigavam as saudades, distribuídas no final da escala
e salga e todos os mantimentos que eram necessários à campanha.
Entretanto
a partir de Setembro de 1939, a Europa e o mundo foram assolados pela 2ª Guerra
Mundial com os veleiros a pescar nos Grandes Bancos da Terra Nova e agora
também na Groenlândia. Estes pesqueiros situavam-se nas rotas de navegação
entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos tão apetecíveis para os nazis com os
seus submarinos escondidos no seio daquelas frias e perigosas águas.
Em
Fevereiro de 1942, o Lahneck / Gil Eanes
deixou de pertencer à Marinha de Guerra e passou para as mãos da Sociedade
Nacional dos Armadores de Bacalhau.
Em Novembro do referido ano, os aliados
preparavam-se para invadir o norte de África numa operação com o nome de código
Torche.
Os
serviços secretos do Reino Unido começaram então a verificar procedimentos fora
do normal de navios portugueses a pescar no Atlântico Norte equipados com
aparelhos de transmissão de rádio. Aqueles serviços desconfiaram especialmente do
arrastão Álvaro Martins Homem que
tinha como radiotelegrafista Carlos Maria Tomás Teixeira e do navio-hospital que nos dias 4 e 5 de Agosto do referido ano,
teria comunicado aos alemães alguns movimentos de navios aliados naquelas
paragens. Estas transmissões foram recebidas por uma estação clandestina alemã
na Linha do Estoril, mais propriamente em Cascais.
Numa
estadia do Lahneck/ Gil Eanes em St. John´s,
os ingleses fizeram-lhe uma busca,
decidindo que o seu operador de rádio Gastão Crawford de Freitas Ferraz fosse
detido. Porém, alguns erros de estratégia impediram que a sua prisão se
realizasse de imediato, e o navio iniciou a viagem de regresso a Portugal.
Os ingleses resolveram pôr a embarcação
portuguesa ao fundo sem deixar quaisquer vestígios, incluindo de sobreviventes
porque era preferível que morressem algumas dezenas de pessoas, facto que seria
um mal menor, comparado com milhares de vítimas na operação Torche.
Os aliados escolheram aquela última decisão
devido à proporcionalidade da ameaça, ou seja, de o operador do navio-hospital
conseguir informar os nazis do itinerário dos barcos aliados para a referida
operação no norte de África.
Posteriormente,
os serviços secretos ingleses mudaram de ideias, pensando que não seria
desejável atacar os portugueses porque forneciam combustível nos Açores e Cabo
Verde à Royal Navy. Decidiram então
interceptar o barco já a caminho de Portugal; prenderam o espião Gastão Ferraz,
evitando que este informasse atempadamente os alemães dos planos de invasão dos
Aliados na operação Torche, caso os
conhecesse. A
prisão em alto mar deu-se no dia 3 de Novembro de 1942, tendo sido escolhido
para esta missão o destroyer HMS Oribi
(G66) que acompanhava o comboio de navios W24.
Os
agentes secretos que detiveram o espião português permaneceram a bordo do Lahneck/ Gil Eanes até chegarem a águas
portuguesas, aonde o radiotelegrafista foi transferido para uma fragata da Royal Navy que o conduziu para
Gibraltar.
A detenção do operador de rádio apanhou de
surpresa as tropas alemãs e francesas do governo pró-nazi de Vichy que estavam
no norte de África porque acreditavam que os aliados iriam desembarcar em
França ou Noruega e não em Marrocos e na Argélia como veio a acontecer.
O
eventual relatório redigido pelo capitão-de-fragata António José Martins,
delegado do governo junto do Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do
Bacalhau, na referida viagem a bordo do
navio- hospital desapareceu dos arquivos da Marinha.[4]
O
velho navio apresado aos alemães foi substituído por um novo Gil Eanes em 1955 quando foi lançado à
água em Viana do Castelo. Continuou no referido ano a sua humanitária missão
com o apoio das campanhas bacalhoeiras até 1973, alternando com viagens de
comércio e passageiros. A partir desta data, fez navegações de carácter
diverso, até ser vendido para ser desmantelado em 1997.
Depois
de várias iniciativas para recuperar a embarcação, salvando-a da sucata, a Câmara
Municipal daquela cidade, conseguiu constituir a Fundação Gil Eanes no ano
seguinte, ou seja 1998.
O navio-hospital encontra-se ancorado no seu
porto de origem, onde além de funcionar como Pousada da Juventude recebe
visitas à ponte de comando, padaria, casa das máquinas e todos os
compartimentos relacionados com os tratamentos sanitários.
Como
nota final, Mário Moutinho escreve na obra citada, na página 146;
Um outro
tipo de assistência prestada pelo Gil Eanes e que os pescadores nunca
esqueceram de nos referir diz respeito ao controle policial que sobre eles era
feito a partir do navio de apoio. Pairava sempre sobre eles a certeza de serem
entregues ao Gil Eanes e aí aprisionados sempre que algum problema laboral (ou
político?) ou qualquer outro conflito
surgisse e para o qual os capitães não encontrassem solução imediata.
Dezembro de 2013
Licínio
Ferreira Amador
[1] Jornalista do Diário da Manhã escolhido por Henrique
Tenreiro para fazer uma reportagem sobre a pesca do bacalhau a bordo do lugre Groenlândia em 1941.
[2]Pata, Manuel Luís, A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau,
Achegas para a sua História, volume 1 página 220, fonte de Moutinho Mário, História da Pesca do Bacalhau por uma
antropologia do fiel amigo, Lisboa Editorial Estampa 1985, página 62.
[3] in Moutinho Mário, História da Pesca do Bascalhau por uma
antropologia do fiel amigo, páginas 144 e 145,
Editorial Estampa, 1985, Lisboa.
[4] As informações sobre a
espionagem detectada em barcos de pesca do bacalhau no Atlântico Norte, durante
a 2ª Guerra Mundial tiveram como bibliografia a obra de Rui Araújo, O Diário Secreto que Salazar não leu, Oficina
do Livro, 2008, especialmente da página
86 a 138, inclusivé.
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