Deolinda Costa Ramos,
uma responsável pela Igreja da Chave
Deolinda Costa Ramos, casada com Carlos Alberto Ramos, duas filhas e uma neta, é uma dedicada colaboradora da Igreja na Gafanha da Nazaré, mais concretamente na comunidade da Chave, assumindo tarefas com responsabilidade.
Veio em menina para a nossa terra depois de concluir a 4.ª classe em Antime, Fafe, e quando chegou entrou no mundo laboral, numa época em que não se contestava o trabalho infantil. Radicada na Chave, ali sempre a conhecemos como pessoa disponível e atenta à vida da Igreja e suas necessidades, nunca virando a cara às tarefas que importa fazer, sempre com um sorriso no rosto.
Deolinda não aceita protagonismos, lembrando constantemente, durante a conversa que mantivemos com ela, que faz parte de um grupo em que a entreajuda é a mola-real da comunidade católica.
Sublinha que há três grupos com a tarefa de cuidar da limpeza, asseio e ornamentação do templo, sendo ela apenas a responsável por um deles. Mas na preparação para a Eucaristia, todos os sábados às 17 horas, a Deolinda escolhe os cânticos adequados aos tempos litúrgicos, dirigindo o pequeno grupo coral com o Manuel Serafim ao órgão. E disse que antes da missa há a reza do terço, pelo que tem de abrir a porta da igreja às 16 horas.
A nossa entrevistada recorda que na igreja da Chave há três imagens: Uma da padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, outra de Nossa Senhora dos Aflitos e a terceira do Sagrado Coração de Jesus. E frisa que a imagem da Senhora dos Aflitos e o órgão foram adquiridos com dádivas da população daquele lugar, angariadas por uma equipa da qual fez parte a própria Deolinda.
Nossa Senhora dos Aflitos foi, desde que há memória, a “padroeira” das gentes da Chave, venerada numa capelinha (ver em “Um pouco de história” nesta página), entretanto demolida e reconstruída no bairro erguido naquele espaço, não muito longe da atual igreja. A nova imagem está então no novo templo, inaugurado em 8 de dezembro de 1980. E o povo nunca terá esquecido a devoção à Senhora dos Aflitos. Também por isso, a Deolinda até escreveu a letra de um hino, adaptado a uma música de Fátima. Reza assim:
Avé, ó Mãe da Igreja
Salvé, ó Mãe de Cristo
Avé, Avé Maria
Avé, Avé Maria
Senhora dos Aflitos,
Nós te queremos saudar,
Vinde ao nosso coração,
Convosco queremos ficar.
Cobre-nos com o teu manto
E tua bênção também,
És auxílio dos que sofrem
Sabeis que sois nossa Mãe.
Aos sábados, depois de abrir a porta às pessoas e enquanto prepara os cânticos e o altar, a Alda Albuquerque trata dos paramentos e das alfaias litúrgicas, para o celebrante encontrar tudo em ordem. Antes de tudo isso, uma delas, a Deolinda ou a Alda, passa pelo cartório para receber as hóstias e o vinho para a consagração. A coleta é recolhida pela Deolinda e o estipêndio das missas pela Alda. Depois, tudo é entregue no cartório paroquial, porque na Chave não há contas desligadas da igreja mãe.
A Deolinda é, de certo modo, uma ligação atenta à igreja matriz, dando informações, prestando esclarecimentos, sugerindo cooperações, que uma comunidade não pode nem deve viver fechada sobre si mesma.
Fernando Martins
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