A Obra nasceu de corações
que sabem o que é o amor
Fernando Caçoilo, D. António Moiteiro e Eduardo Arvins |
«Obra da Providência significa Obra de Deus», sendo importante sublinhar que «as obras não existem sem os que nelas trabalham, dando o seu melhor dentro do carisma da mesma obra», referiu D. António Moiteiro, no jantar de convívio promovido pela direção da instituição, em espírito natalício, no dia 20 de janeiro.
O palco deste jantar foi um restaurante da nossa terra e contou com a participação do nosso bispo, do pároco da Gafanha da Nazaré, Padre César Fernandes, dos presidentes da Câmara e da Junta, respetivamente, Fernando Caçoilo e Carlos Rocha. Naturalmente, presentes ainda dirigentes e ex-dirigentes, trabalhadores e respetivos cônjuges, amigos e colaboradores da instituição, uns mais recentes e outros de longa data.
O Bispo de Aveiro lembrou o Ano da Misericórdia em curso, sob proposta e desafio do Papa Francisco, frisando que todos «somos chamados à prática das Obras de Misericórdia». Disse que «os santos não são aqueles que fazem milagres, nem aqueles que fazem grandes obras, mas os que fazem outros santos à sua volta». «Nós não entenderemos as Obras se não entendermos as pessoas, e as pessoas só se entendem com os seus sentimentos», frisou.
O prelado aveirense referiu que nós precisamos de conhecer as instituições, salientando que «a Obra da Providência nasceu de corações que sabem o que é o amor». E sobre a comunidade eclesial e seus projetos, adiantou que «a nível da Igreja não há patrões, mas servidores».
Informou que esta instituição nasceu para fazer o bem na sua paróquia e somente depois é que procurou a Diocese, que lhe deu “Missão Canónica”, isto é, que tem por fundamento essencial «viver o Evangelho».
Por sua vez, Fernando Caçoilo, autarca ilhavense, afirmou que nos cabe, «no mundo globalizado, contribuir para uma sociedade melhor, dentro das nossas possibilidades», sendo «mais solidários». E disse que «uma instituição como a Obra da Providência merece que estejamos sempre a seu lado, tanto a Câmara como a Junta de Freguesia».
Eduardo Arvins, presidente da direção da fundação Obra da Providência, agradeceu a todos a participação no jantar e no convívio, destacando a presença do nosso bispo, a quem «mostrou as instalações e sede da instituição» antes do repasto, informando o prelado aveirense que o mais expressivo, contudo, «é o capital humano de dirigentes e funcionárias, que urge conhecer e acarinhar».
Frisou a impossibilidade da presença das fundadoras, Dona Maria da Luz e Dona Belinha, ambas acamadas e «com dificuldades que se inserem na linha da vida». Explicou que a fundação tem o nome de Obra da Providência «porque elas no início sentiram que a Providência atuou aqui». «O espírito das fundadoras é marcante», disse. E concluiu, garantindo que, quando recentemente visitou Dona Luz, ela, ao ver na televisão imagens dos refugiados, lhe perguntou: «Será que não podemos fazer nada para ajudar estas pessoas?»
Coube a Ascensão Ramos, filha da Dona Luz, o momento mais emotivo. Era preciso agradecer às funcionárias as flores que elas lhe ofereceram no Natal. Ascensão dispôs-se então a motivá-la para falar, tendo em consideração que sua mãe «pensa devagar, mas pensa» embora «demore a dar a resposta ao que lhe perguntam». «Foi mais uma lição para mim», confessou Ascensão.
Questionada sobre o que queria que a Obra fizesse, Dona Luz respondeu: «Gostaria que ouvissem as pessoas com tempo, com calma e respeito, para compreenderem as necessidades que têm, tentando depois arranjar soluções, conforme as situações.» E acrescentou: «Tudo aquilo que a Obra poderia fazer deve ter em conta as Obras de Misericórdia. Eu estou às ordens do Senhor. Eu rezo.»
«A obra tem um grande campo e à sua mãe cabe rezar», concluiu Ascensão Ramos.
Fernando Martins
Nota: Reportagem elaborada para o jornal "Timoneiro" de fevereiro
Nota: Reportagem elaborada para o jornal "Timoneiro" de fevereiro
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