quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Efeméride Gafanhoa

14 de Janeiro de 1912


Bênção da nova igreja matriz 
da Gafanha da Nazaré

Conforme lembra o Padre Resende, em artigo publicado no jornal “O Ilhavense”, em 1958, a nova matriz da Gafanha da Nazaré foi inaugurada em 14 de janeiro de 1912, «a cuja bênção» assistiu. Refere que é uma igreja «cheia de luz e digna do seu fim», tendo sido o resultado da «febre e gosto da autonomia». Porém, Nogueira Gonçalves informa, no seu “Inventário Artístico de Portugal”, que o novo templo foi inaugurada em 1918. 
Sabendo-se que a pedra de ara foi transferida da primeira matriz para a igreja em construção, é certo que a missa deixou de ser celebrada na Chave. Mas como o Padre Resende diz que assistiu à bênção naquela data, não podemos duvidar. As obras continuaram e é de supor que mais tarde tenha havido qualquer cerimónia tida como festa de inauguração.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Uma referência ao meu blogue Pela Positiva

Publicado no Correio do Vouga 
em 3 de abril de 2006



Blog do anterior director do Correio do Vouga “O meu propósito, neste espaço, situa-se na linha dos que apostam, no dia-a-dia, num mundo muito melhor” afirma Fernando Martins
Os blogues foram das melhores coisas que aconteceram à e na Internet. Muito mais interessantes que a maioria dos sites (ou sítios), muito mais fáceis de actualizar, muito mais virados para o interesse dos leitores e dos autores, muito mais actuais, criativos e úteis.
O Correio do Vouga começa hoje a divulgar alguns, e nada melhor para começar do que o blog Pela Positiva, de Fernando Martins, o anterior director deste jornal.
Mas antes, para quem não é iniciado nestas lides, convém informar que um blog é uma espécie de diário na Internet, que todos os dias (ou quase) o autor utiliza, pois o modo como se constrói e mantém o blog é atraente e fácil. Há blogues políticos, culturais, religiosos ou amorosos, individuais ou colectivos, de palavras e de imagens, mais ou menos artísticos, introspectivos ou interventivos, fechados ou abertos (quando o leitor pode comentar), etc.
A origem do nome blog reside nas palavras inglesas web log (que poderíamos traduzir como “notas na teia”, isto é, na Internet), embora alguns prefiram dizer que vem de we blog (nós “blogamos”).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Modelismo Náutico no Centro Cultural

João Loureiro e Paulo Agra

"Se nos abrissem o peito, 
encontrariam lá dentro 
um barquinho à vela"

D. João Evangelista

Diz D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro, de forma poética mas cheia de verdade, que «somos feitos, dos pés à cabeça, de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito, encontrariam lá dentro um barquinho à vela, ou então uma boia ou uma fateixa, ou então a Senhora dos Navegantes». É por isso que nós, os da beira ria, gostamos tanto de barcos e barquinhos, da ria serena e das ondas do nosso mar, que nos embalam desde que nascemos. Também por isso, não perdemos exposições relacionadas com temas lagunares e marítimos. 
No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré está patente, até 31 de dezembro, uma exposição com modelos de navios e outras embarcações, organizada pela associação TEAM (Truques & Engenhocas Associação de Modelismo), com sede na nossa cidade.
Logo à entrada, o visitante depara-se com o primeiro Prémio de Modelismo, atribuído por um júri, cujo vencedor foi João Loureiro, com o modelo Gazela Primeiro. E até ao fim da exposição, os visitantes terão oportunidade de votar no modelo da sua preferência, fundamentalmente para se saber se há empatia com a decisão do júri.

domingo, 15 de novembro de 2015

Grupo de Dança Pestinhas

23 anos ao serviço da dança, 
da cultura e da ocupação de tempos livres


O Grupo de Dança Pestinhas, da Gafanha da Nazaré, fundado há 23 anos, nasceu de um sonho de Helena Manuela, porque gostava de dançar e achava que faltava uma instituição desta natureza na nossa terra. Do sonho, saltou para a realidade com «oito miúdas, entre os cinco e os 18 anos, numa garagem, com música gravada em cassete». E a primeira atuação, diz-nos a fundadora e diretora, foi numa festa da catequese. Na altura, recorda, «o grupo apresentou uma dança aeróbica, com ritmo usual há 23 anos».

Helena Manuela desfia recordações com o entusiasmo de quem sente com alma esses tempos da fundação, frisando que «os aplausos da primeira participação foram tantos que nos estimularam a continuar». Até hoje, salienta.

Começou com meninas, mas de vez em quando têm surgido alguns meninos que, entretanto, desistem, porventura por não se sentirem tão à vontade. O grupo começa a evoluir e as atuações tornam-se mais frequentes, sobretudo nas festas populares da Gafanha da Nazaré e terras vizinhas, sendo notório o apoio das populações, com aplausos que «nos entusiasmam a continuar». 

sábado, 14 de novembro de 2015

Comunidade da Chave e o gosto de servir

Deolinda Costa Ramos, 
uma responsável pela Igreja da Chave


Deolinda Costa Ramos, casada com Carlos Alberto Ramos, duas filhas e uma neta, é uma dedicada colaboradora da Igreja na Gafanha da Nazaré, mais concretamente na comunidade da Chave, assumindo tarefas com responsabilidade. 
Veio em menina para a nossa terra depois de concluir a 4.ª classe em Antime, Fafe, e quando chegou entrou no mundo laboral, numa época em que não se contestava o trabalho infantil. Radicada na Chave, ali sempre a conhecemos como pessoa disponível e atenta à vida da Igreja e suas necessidades, nunca virando a cara às tarefas que importa fazer, sempre com um sorriso no rosto.
Deolinda não aceita protagonismos, lembrando constantemente, durante a conversa que mantivemos com ela, que faz parte de um grupo em que a entreajuda é a mola-real da comunidade católica.
Sublinha que há três grupos com a tarefa de cuidar da limpeza, asseio e ornamentação do templo, sendo ela apenas a responsável por um deles. Mas na preparação para a Eucaristia, todos os sábados às 17 horas, a Deolinda escolhe os cânticos adequados aos tempos litúrgicos, dirigindo o pequeno grupo coral com o Manuel Serafim ao órgão. E disse que antes da missa há a reza do terço, pelo que tem de abrir a porta da igreja às 16 horas.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Forte Novo ou Castelo da Gafanha

 Um pouco de história

Forte Novo

Temos da convir que um qualquer motivo de interesse turístico ganha ou perde conforme o concelho a que pertence ou não pertence. Assim acontece com o Forte da Barra de Aveiro, localizado na ilha da Mó do Meio, Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, considerado imóvel de interesse público pelo Decreto - Lei n.º 735/74 de 21 de Dezembro, e muito esquecido dos roteiros postos à disposição de quantos visitam esta encantadora região. Integrado num outro enquadramento turístico, talvez fosse mais lembrado pelos que têm responsabilidades no sector. É certo que o estado de algum abandono a que foi votado muito tem contribuído para que dali se desviem os mais sensíveis a tudo quanto de algum modo faça recordar o nosso passado, muito embora se reconheça que o Forte da Barra não terá sido grande baluarte de defesa da foz do Vouga e desta zona ribeirinha.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Ponte da Cambeia

Um pouco das suas estórias
A minha família 

A Ponte da Cambeia era, na minha infância, o centro de muita vida. Ali esperávamos os barcos mercantéis que traziam, das feiras de Aveiro e da Vista Alegre, as mercadorias adquiridas pelos gafanhões. Eram entregues ao barqueiro, com sinais identificativos, e na hora combinada, conforme a maré, eram esperadas pelos seus donos. Nesta ponte e noutros locais das Gafanhas. Quando havia atraso, os barqueiros deixavam-nas ali mesmo, na certeza de que não haveria ladrões. Cheguei a ver porquitos de patas atadas para não fugirem.
Na ponte, pudemos assistir a manobras arriscadas, em dias de temporal, com os homens do leme a orientarem as embarcações, com rigor, velas arriadas, para passarem sem perigo. Nadava-se, conversava-se, atiravam-se piadas aos barqueiros, com perguntas ingénuas e algumas vezes maldosas: «Quem é o macaco que vai ao leme?»
Recordo-me bem da pesca do safio e do polvo. Vara forte, com arame numa ponta. Preso tinha o anzol. Enfiava-se na toca onde se refugiavam e esperava-se que atacassem o isco. Depois, com força, puxava-se, puxava-se, que eles oferecia enorme resistência.
Com estas lembranças, como não hei de ter pena de a Ponte da Cambeia ter morrido sem glória?
Sei que não era uma ponte romana nem coisa que se parecesse. Mas era a nossa Ponte. Ponte do lugar da Cambeia, da Gafanha da Nazaré.

Fernando Martins

Meninas na Praia da Barra

Foto de meninas na Praia da Barra em 1958. Não imagino a estação do ano. Talvez nos  princípios  do Verão. Estariam  de passagem? Sei que er...